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 Carne estragada que seria usada em merenda escolar é apreendida no Marajó
Cerca de 800 quilos de carne estragada estavam sendo levados para escolas municipais de Soure. Dono da mercadoria foi detido.

Cerca de 800 quilos de carne bovina foram apreendidos em Soure, na Ilha do Marajó. A carne estragada seria usada na merenda escolar na rede municipal de ensino. A Polícia Civil fez a apreensão após denúncia anônima, e divulgou o balanço da ação nesta terça-feira (18) .
A Prefeitura Municipal de Soure informou que a referida empresa, até o momento, não entregou nenhum quilo do produto para o município e que qualquer item só é recebido pela equipe após a verificação de conformidade com a amostra requerida no certame licitatório, que prevê carne resfriada e embalada a vácuo, com o selo de inspeção federal.
A carne foi encontrada no interior de um caminhão-baú no porto da balsa que faz a travessia do rio Paracauari, entre as cidades de Salvaterra e Soure. Segundo o delegado Rodrigo Amorim, titular da Polícia Civil em Soure, o veículo saiu de Salvaterra com a carga que seria distribuída em escolas de Soure.
O caminhão foi abordado no momento em que desceu da balsa. No veículo, estavam o motorista e o dono da carga, um homem de 42 anos. "Dentro do baú, foram encontrados diversos sacos de carne em estado de decomposição. Após solicitação de documentos necessários para transporte do produto, o dono da carga informou que não estava de posse da documentação", explica o delegado. Assim, foi acionada a Agência de Defesa Agropecuária (Adepará) para averiguar a situação.
O dono da carne foi conduzido para a Delegacia, para ser autuado em flagrante por receptação e depósito de produto inapropriado para consumo de pessoas. Ele vai permanecer recolhido à disposição da Justiça. Os 800 quilos de carne, detalha o delegado, foram incinerados.
O suspeito detido venceu uma licitação aberta pelo município de Soure para contratação de distribuidora de carne bovina para a rede municipal de ensino de Soure. Em depoimento, ele alegou que a carne era procedente de uma fazenda de sua propriedade, mas não disse o nome da empresa fornecedora.
Segundo o delegado, em informações coletadas durante a apuração do caso, a carne tinha como destino a merenda escolar. O produto não apresentava o selo obrigatório de inspeção da Vigilância Sanitária nem autorização da Adepará. A equipe da Agência de Defesa Agropecuária acompanhou todo o trabalho da equipe de policiais civis em Soure. "A médica veterinária do órgão público atestou que a carne estava inapta para consumo", ressalta.


A Prefeitura de Soure esclareceu ainda sobre o processo licitatório vencido pela empresa. Veja na íntegra a nota enviada ao G1:
A Prefeitura Municipal de Soure esclarece que realizou, no dia 14 do mês de março do corrente, processo licitatório visando a aquisição de gêneros alimentícios para a merenda escolar, do qual saiu vencedora, no item carne, a empresa J.N. do Carmo - ME, cumprindo rigorosamente com todos os critérios para vencer o certame, com atestado de capacidade técnica e entrega de amostras devidamente verificadas pelo Nutricionista do Município, vinculado à Secretaria de Educação.
Ressalte-se que a empresa, até o presente momento, não entregou nem um quilo do produto licitado para o Município.
A Prefeitura informa, ainda, que qualquer item só é recebido pela equipe do Município após a verificação de conformidade com a amostra apresentada no certame licitatório, bem como o item indicado na proposta vencedora, que no caso foi carne resfriada e embalada a vácuo (Mafripar), com o devido Selo de Inspeção Federal.
Informa, ainda, que todo Material destinado a merenda escolar é entregue, unicamente, na cozinha industrial, onde é preparada parte da merenda e feita a distribuição para as Escolas.
A Prefeitura de Soure tomou conhecimento, através da imprensa, que o caminhão da empresa vencedora da licitação foi apreendido, não tendo responsabilidade nenhuma pois não chegou a receber o produto.
Portanto, as informações evidenciadas pela imprensa, de que a carne seria utilizada na Merenda Escolar são inverídicas, pois o produto sequer chegou a ser entregue e, em momento algum, o Município receberia produto em desconformidade com o detalhado no processo licitatório.
Ressalte-se que as medidas administrativas e judiciais para responsabilizar o fornecedor já estão sendo tomadas pelo Município.

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